Workshop sobre pão caseiro

10 de Novembro, 2023

No dia 3 de novembro, os formandos da turma do Ensino Recorrente deslocaram-se à Fundação de Nossa Senhora da Piedade, juntamente com outros alunos do 1.º Ciclo da escola para participar num workshop sobre um tipo de pão tradicional do Porto Santo. Esta atividade insere-se no Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade do Município do Porto Santo (PEAS).

Antes do workshop propriamente dito, aproveitámos a ocasião para conhecer as instalações da fundação e as 3 respetivas valências. Fomos muito bem recebidos, tanto por parte do pessoal que trabalha na fundação, pela gerência, como por parte dos idosos, e ainda pela representante da Câmara Municipal do Porto Santo, responsável pelo PEAS.

Quando chegou à hora de entrarmos na cozinha, estávamos muito ansiosos para aprender a confecionar o bolo do caco à moda do Porto Santo, cujo método é diferente do que é feito habitualmente na ilha vizinha.

A Deolinda Vasconcelos Rodrigues, que dirigiu o workshop, começou por deitar meio quilograma de farinha tipo 55 numa bacia. Juntou um pouco de sal e cerca de 12g de fermento de padeiro (metade de um pacote de 25g). A Deolinda explicou-nos que antigamente não se usava este fermento, mas sim a massa mãe, ou seja, guardava-se um pouco da massa que amassávamos para a próxima vez.

Juntou uma pequena porção de água morna e desfez o fermento e o sal com a mão.

Quando já estavam bem desfeitos, juntou mais água. Foi amassando até obter a consistência desejada, ou seja, até a massa descolar da mão quando a erguemos. Quando a massa fica demasiado mole devemos acrescentar mais farinha.

Depois de tudo bem amassado, deitamos um pouquinho de farinha por cima e fazemos uma cruz. A D. Graça Drumond, uma formanda porto-santense, ensinou-nos uma reza que as senhoras diziam para que a massa crescesse bem: “Deus te acrescente no alguidar como o Santíssimo Sacramento no altar.” É tão gratificante esta troca de saberes!

Tapamos a bacia e deixamos algum tempo até a massa ficar lêveda. Sabemos que está no ponto quando batemos no fundo da bacia e esta produz um som que faz lembrar um tambor.

Retiramos um pouco de massa (a quantidade suficiente para um bolo, consoante o tamanho da frigideira) e tendemo-la, rodando-a e puxando-a sempre para o mesmo ponto. Este trabalho é feito numa toalha enfarinhada.

Deixamos a massa descansar durante 10 ou 15 minutos.

Depois passamos à fase de cozedura. Pomos o bolo na frigideira quente, sem adicionar nenhuma gordura. A parte do bolo que estava virada para cima, fica virada para baixo na frigideira. O bolo coze em lume brando.

Após cerca de 15 minutos viramos o bolo ao contrário para cozer do outro lado. No final, podemos colocar o bolo na vertical e rodamos para cozer nas bordas.