O Divórcio

Durante estes dias de liberdade na interrupção do Carnaval, o meu dente extraído e eu passámos um tempo de aventura.

No início, era apenas uma dor quando mastigava algo resistente, mas um dia a dor tornou-se contínua e achei melhor dirigir-me ao templo da medicina dentária, onde a douta alquimista dos dentes inspecionou o indivíduo ofensor.

As gengivas não eram problema, mas quando a dentista tocava num determinado dente eu quase cantava uma ópera. Então, a máquina de radiografia entrou em ação e, com uma pequena câmara, ela tirou fotografias dos dentes desde o interior da minha boca! Não havia danos visíveis, pelo que tive de tomar antibióticos, que em dois dias me aliviaram as dores.

Infelizmente, foi sol de pouca dura, pois reparei que as sementes do pão integral tinham ficado presas nesse dente e logo a dor voltou. Mais uma vez procurei aconselhamento dentário e fiquei a saber que o dente estava quebrado, estava partido ao meio, da parte superior para a inferior.

A extração do dente revelou-se difícil. A coroa saiu facilmente, mas a dentista teve de remexer nas cavernas do meu maxilar para apanhar os fragmentos da raiz. Estou grato pelos anestésicos locais!

Depois de alguns dias a sofrer a dor da separação, sou agora um feliz divorciado de um dente que causou angústia.

Título: O Divórcio

Categoria do artigo: texto de aluno

Autor: Michael Gut

Escola Básica e Secundária com PE e Creche Prof. Dr. Francisco Freitas Branco