Conhecer a História é valorizar o presente (5 de Outubro de 1910)
EB1/PE Lombo dos Canhas, Ponta do Sol
A existência de um feriado é apreciada, porque cada um pode fazer o que bem lhe apetecer nesse dia; contudo, torna-se fundamental estarmos conscientes do motivo associado à comemoração da data, de modo a refletirmos acerca da sua importância, pois o seu estabelecimento destina-se normalmente a comemorar ou homenagear algum facto que é consensualmente reconhecido como sendo historicamente importante e benéfico para Portugal.
Assim, tornou-se imperativo à turma de Ensino Básico Recorrente, discutir em função dos factos subjacentes à comemoração do feriado de 5 de outubro, data associada à fundação da nacionalidade e à independência de Portugal. Os formandos concluíram que a partir de 5 de outubro de 1910, Portugal deixou de ser uma Monarquia e passou a ser uma República.
E porque havemos nós de celebrar a Implantação da República? – foi o mote da reflexão realizada, na senda de que conhecer a História é valorizarmos o presente e tudo o que se pôde conquistar ao longo do tempo. Após pesquisas e constatações, a turma concluiu que o 5 de Outubro de 1910 foi um acontecimento que gerou, à época, desunião entre os portugueses: separou famílias, dividiu comunidades, pôs Lisboa em sobressalto permanente durante vários anos e fez correr muito sangue pelas ruas.
Como foi um acontecimento local, também dividiu Lisboa do resto do país; mesmo tendo provocado divisão, esta data trouxe coisas muito boas ao país e os que não concordaram viriam posteriormente a perceber as vantagens da mudança verificada naquela data: abriu-se o caminho para a democracia e o desenvolvimento do país (que, muito mais tarde, se vieram a verificar). Porém, a República não trouxe a liberdade expectável – foi o início de um período em que as liberdades essenciais foram colocadas em perigo e criou as condições para que o Estado Novo fosse aceite e perdurasse por 42 anos.
Outra ideia discutida, relacionou-se com o poder que a Igreja detinha: esta instituição estava muito presente no ensino e era vista como um entrave à imposição da ideologia republicana. Assim, para podermos valorizar o presente, nunca se poderá esquecer que a monarquia e a igreja representam as origens do país e constituem uma tradição histórica e cultural e um fator de união, pois não podem ser dissociadas da própria ideia da fundação de Portugal.
Desta forma, os formandos concluíram que, as comemorações de datas significativas para o país, nem sempre advêm de momentos positivos, todavia, os efeitos alcançados ao longo do tempo, beneficiam, em muito, o modo de vida que, atualmente, adotamos; para finalizar, elaboraram um cartaz ilustrativo, com as principais ideias discutidas e concluídas.