Natal de antigamente – Matança do porco
Entre o mês de março e de abril era feita a compra de um leitão macho ou fêmea que era colocado no chiqueiro. Lentamente era engordado com pepinelas, batatas pequenas, troço de couves, tales de inhame, folhas de couve, rolão, pedaços de milho, soro do leite da vaca, a borra da cana-de-açúcar e restos de comida, cozidas numa panela enorme ou num balde, à lenha, até chegar a altura de o matar, que era no dia dezoito de dezembro, o dia do O.
Na última semana de outubro, para chamuscar o porco era trazido a ursa, a saruga, a giesta ou galhos de eucalipto. Ficava a secar até ao dia de estar pronta para a matança do porco.
Este dia era uma grande festança, desde a confeção da sarapatel, papas de sarrabolho, com o sangue do porco, o arranjar do debulho na ribeira, os torresmos, o picar da carne para fazer carne de Vinha d`Alhos, as bichanas, com a família e com os ajudantes e o marchante. Também era tirado pedaços frescos para oferecer à família e aos vizinhos. Quem tinha senhorio ficava com a papada do porco.
No dia seguinte, a carne restante era salgada na salgadeira onde ficava a curtir, na loja, até ao Carnaval. Também a carne gorda era derretida para fazer a banha e os torresmos.
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