Uma visita memorável ao Porto

Uma comporta no rio Douro

Em 2016, juntamente com outros dois casais das nossas aulas de Português, decidimos fazer uma pequena pausa no Porto. O plano era falar português durante todo esse período. Eu e a Rute voluntariamo-nos para tratar do hotel e também para reservar uma viagem fluvial no Douro, por isso fomos para lá um pouco antes do outro casal.

Queríamos um hotel no centro do Porto e escolhemos o Hotel Dom Henrique, localizado perto da estação de metro da Trindade, originalmente construído como um bloco de torres de escritórios. Quer tenha sido apenas sorte, ou porque fomos os organizadores, nunca saberemos, mas apesar dos nossos amigos terem quartos nos 3º e 4º andares, fomos colocados numa suite no 12º andar com uma maravilhosa vista panorâmica para todo o Porto.

Na sexta-feira saímos os quatro para jantar num restaurante português (turístico) no antigo armazém do bairro junto ao rio e falámos sobre as coisas que queríamos fazer e ver. No sábado já tinha reservado uma viagem de um dia inteiro no rio a começar cedo. Embarcamos às 8:00 da manhã e descobrimos que nos tinham sido atribuídos bons lugares no barco.

Íamos subir o rio até à Régua, tomando o pequeno-almoço e almoço na viagem. Logo ficou claro que os nossos companheiros portugueses estavam lá para se divertirem e à medida que a cerveja e o vinho começaram a fluir, o nível de conversação aumentou. Depois elevou-se ainda mais, quando começou a música! Assistimos avidamente e todos se tornaram observadores atentos das práticas portuguesas, da alegria, amizade e abertura pelas quais Portugal é justamente famoso.

Há alguns anos, quando foram apresentados os planos para as barragens e inundações de terrenos junto ao Douro, a Rute e eu ficamos preocupados, uma vez que em muitas das zonas mais afetadas cultivavam-se uvas para fazer vinho do porto branco, um dos nossos favoritos. No entanto, não precisávamos de nos preocupar, porque a produção destas uvas continuou noutros locais e permanece tão boa como sempre.

Ficámos espantados com as comportas das barragens, algumas com 40 m de profundidade, construídas para permitir que o nível do rio subisse e usasse a água para gerar eletricidade. As comportas são grandes o suficiente para conter 2 cruzeiros fluviais e cerca de 6 barcos menores de uma vez. Uma vez fechados os portões de bloqueio, a água é deixada entrar (ou sair se estiver a descer) e a diferença de altura de 40 m pode ser alcançada em cerca de 20 minutos. Passamos por duas destas, antes de chegar à Régua onde embarcamos num autocarro para nos levar a uma quinta, propriedade da empresa Sandeman. Demos um passeio pelas vinhas e pela adega e finalmente fizemos uma degustação do vinho do porto que estavam produzindo.                                                 

Depois deste passeio, fomos levados de volta à Régua para a última parte da nossa aventura – uma maravilhosa viagem de comboio de volta ao Porto, durante a qual observámos uma bela paisagem ao longo do rio Douro. Estávamos exaustos quando voltámos ao Porto, mas ainda tomamos uma cerveja e um lanche num dos muitos bares noturnos da cidade. Todos concordaram que era um dia que seria lembrado por muitos anos.

No dia seguinte, os nossos amigos tiveram de regressar ao Reino Unido, mas passámos mais dois dias no Porto. Só quando estávamos a tomar o pequeno-almoço é que nos apercebemos que tínhamos esquecido que íamos falar apenas português!

Título: Uma visita memorável ao Porto

Categoria do artigo: texto de aluno

Autor: Ian Richard Homer

Escola Básica do 1.º Ciclo com PE e Creche do Porto Santo